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São Tomé e Príncipe - COLONIZAÇÃO: Este arquipélago é composto das ilhas de Santo Antão, Ano Bom e Fernão Pó. Na década de 1480 Álvaro de Caminha, António Carneiro e Jorge de Melo, vassalos do Rei e membros da pequena burguesia iniciaram a sua colonização, com um grupo de degredados, artífices, pobres, e jovens judeus, convertidos a fé cristã, e com a importação dos escravos para trabalhos pesados. Passados anos a  população e o grosso do clero era maioritariamente misto, mas os escravos tinham maior visibilidade com as suas constantes importações, os quais revoltaram-se contra os seus senhores em 1580, 1595 e 1617, com resistência contínua e com guerrilha .Em 1641 quando os holandeses ocuparam a sua costa os portugueses retiraram-se para o interior, conseguindo expulsa-los apenas em 1648 com o apoio de Salvador Correia de Sá, que os atacou depois de os ter expulsos de Angola. Os capitães da Coroa não tinham força para impor a ordem e muitos foram mortos, nas revoltas dos dirigentes mulatos apoiados pelo clero contra o governo e contra os negociantes dos escravos, apenas só com o governo do Pombal foi possível restabelecer a ordem.

Com os ataques franceses a maior parte das feitorias foram abandonadas e Fernão Pó e Ano Bom foram cedidas a Espanha pelo Tratado de S. Ildefonso em 1778.

Após a revolução vintista os textos constitucionais referiam três governos-gerais na África – o de Cabo Verde e Guiné, o de Angola e   Moçambique, e um governo particular – o de São Tomé e Príncipe e São João Baptista de Ajuda.  

ECONOMIA: Uma aristocracia local de mestiços, detentores de grandes propriedades. dedicam-se a criação do gado, produção de açúcar. Sendo um  porto de escala da rota marítima para a Índia e mais tarde como rota de trânsito de escravos entre África e Brasil, tornou-se gradualmente base do lucrativo comércio  dirigido para Europa, América e às própria ilhas, através dos mercadores europeus e mulatos que dedicavam-se a importação dos escravos do Congo e depois do sul de Angola e nas décadas de 1520 e 1530 da região de Andongo, onde governava o N’gola. 

Em 1534 foi criado o bispado com sede em S. Tomé e jurisdição sobre costa africana, da Guiné ao Cabo de Boa Esperança.A sua economia dependia da exportação de açúcar, barato, mas a moléstia da cana-de-açúcar, revolta dos escravos, e os ataques holandeses e dos franceses e a concorrência do açúcar brasileiro arruinou a economia santomense, tornando-se um mero entreposto de escravos. 

Mas o tráfico dos escravos continuou nos navios franceses, ingleses, brasileiros e das outras nacionalidades, embora perseguido pelos navios das marinhas inglesa e portuguesa, tendo sido apanhado o navio francês “Charles et Georges” entre Moçambique e a colónia francesa Reunios pela marinha portuguesa, litígio em que Napoleão III fez ultimato a Portugal para libertar o seu comandante e restituir o barco e pagar uma indemnização, e Portugal foi obrigado a ceder um vez que a Inglaterra manteve-se neutral.

Ao mesmo tempo baseando-se no principio de igualdade aprovaram a legislação igualitária tanto para a Metrópole como para o Ultramar e o governo de Sá da Bandeira encorajou a autonomia dos governos, com maiores poderes aos municípios e aos governadores, permitindo-lhes o recrutamento dos cidadãos locais, sobretudo crioulos, para o Exército, Igreja e Administração e a transferência das terras do sector público para o sector privado, concedendo terrenos para plantações de culturas e para exploração mineira, e consequentemente a abolição dos morgadios e combate do tráfico de escravos e permitiram a emigração dos serviçais de Cabo Verde para São Tomé, reforçada com a contratação de africanos livres da Serra Leoa, Dahomé, Libéria, sobretudo de Angola e até chineses da China e entre 1885 e 1903 entraram 56 189 serviçais angolanos, com contratos de alguns anos, a quem os donos, findos os contratos, dificultaram o repatriamento, o que não era do agrado do Governo, bem como dos colonos angolanos que careciam da mão-de-obra, além disso esta situação criou uma campanha contra Portugal, encabeçada pelos EUA, Inglaterra e Alemanha, para enfraquecer a concorrência do cacau e do café de São Tomé em relação aos plantadores ingleses das Índias Ocidentais, e o chocolateiro inglês, William Cadbury, elaborou um relatório, depois de visitar Lisboa, Angola e São Tomé, criticando a exploração dos contratados e os igualando aos escravos, bem como houve outros relatórios dos outros visitantes no mesmo sentido, nos termos dos quais o Parlamento inglês decretou o boicote aos produtos santomenses, situação que levou o Governo Português a ordenar um inquérito e proceder o aumento salarial e também publicou relatórios, alguns produzidos pelos estrangeiros, contrariando as afirmações de Cadbury, e fomentou contratos moçambicanos com uma maior supervisão das injustiças e publicou um Código do Trabalho em 1909. Apesar disso em 1951 surgiram tumultos nas roças de São Tomé e que foram brutalmente reprimidos. Tornou-se independente em 12 de Julho de 1975.

 

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